A Netflix lançou recentemente, no dia 12 de agosto, a série documental Indústria da cura. Focalizando terapias alternativas, como a Aromaterapia, tema do primeiro episódio, até o milenar Tantra, a série, em seis episódios, traz também assuntos como jejum, Ayahuasca, veneno de abelha para tratar rugas e até o bizarro consumo de leite materno por adultos (!!!).

Se você leu a minha primeira coluna por aqui, talvez se lembre que o segmento do bem-estar é um dos que mais cresce nos últimos anos. O tal do wellness, nome em inglês pelo qual o setor também é conhecido, mais do que uma tendência ou um estilo de vida, é um mercado. Na teoria, que coisa boa que mais pessoas possam ter acesso a ferramentas para que se sintam melhor consigo mesmas; na prática, isso quer dizer que terapias alternativas múltiplas, milenares ou atuais, têm sido usadas não só para melhorar a vida das pessoas, mas para fazer dinheiro – e muito dinheiro! Segundo a Vogue, o wellness é um mercado em crescimento que vale mais de 200 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Ou seja: o filão do viver bem tem sido constantemente apropriado pelo mercado. Mas a que custo? Na corrida do bem-estar e do dinheiro, este às vezes fica em primeiro lugar...

Voltando à série: ao que me parece, ela consegue dar conta da complexidade do assunto e pesar bem os dois lados da moeda. No episódio da Aromaterapia, por exemplo, vemos grandes marcas que trabalham com os óleos essenciais disfarçando-se atrás de um esquema de pirâmide, que, para além dos efeitos esperados da abordagem, prejudica economicamente e emocionalmente muitas pessoas que ali acreditam achar uma saída não só para seus problemas de saúde, mas também para suas questões financeiras.

Já em relação à Aromaterapia, que, aliás, adoro, vemos na série as consequências do uso excessivo e não orientado por profissional e até a gana por vender mais e mais óleos essenciais a ponto de intoxicar pessoas e causar alergias; por outro lado, vemos também o quanto um acompanhamento com uma profissional que realmente entende do assunto e o trata com a seriedade que ele merece pode ser um aliado na melhora de muitos sintomas – ainda no primeiro episódio, vemos o caso de uma adolescente dentro do espectro autista que, com a orientação da Aromaterapeuta, somada a todos os outros acompanhamentos médicos necessários, tem uma melhora no seu sono e, consequentemente, no seu comportamento diurno ao usar óleos essenciais.

Resumindo: é preciso estar atenta para não cair em promessas milagrosas e soluções fáceis, pesquisar muito e sempre procurar por atendimento profissional especializado para receber as orientações corretas!  Quando falamos em terapias alternativas e holísticas (que enxergam a pessoa de forma integral), às vezes temos a falsa ideia de que o que é natural não faz mal. Mas isso não é verdade! Nesse caso, vale o clichê: a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. Viver bem é também respeitar o nosso corpo e os nossos limites. Então lembre-se: não terceirize a sua saúde mental e seu bem-estar físico a qualquer um. No final das contas, ninguém sabe mais de você do que você mesma. 

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