Bem-estar

Nutricionista londrinense explica como a nutrição pode ajudar no combate à Covid-19

por Mariana Paschoal 31.08.20

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Um dos fatores que mais assusta em relação à pandemia do coronavírus é a falta de conhecimento sobre como o vírus funciona e sobre como, efetivamente, barrar a entrada dele em nosso corpo, por ser uma doença recente. Sendo assim, muito se fala que uma das principais maneiras de se proteger contra a Covid-19, além do isolamento social e cuidados básicos de higiene, é aumentar a imunidade. E para fazer isso, nada melhor do que uma boa alimentação e se preocupar com a nutrição diariamente.

Cuidar da nutrição em tempos de pandemia também é especialmente importante devido às mudanças que ela impôs na nossa rotina. Por esses motivos, aproveitamos que o Dia do Nutricionista é comemorado nesta segunda-feira (31) para conversar com o profissional  londrinense da área, Gilberto Mano, sobre como a nutrição pode ajudar o nosso corpo na luta contra a Covid-19. Confira o que Mano tem para falar e já anote todas as dicas:

Nutrição na ajuda contra a Covid-19

Por Gilberto Mano

A pandemia da Covid-19 tem assustado o mundo com seu enorme impacto na saúde, na economia e no sofrimento psicológico. Para conter a pandemia do novo Coronavírus (SarsCov-2), boa parte da população mundial está sofrendo com as medidas de isolamento. Nada parecido foi visto na história recente, nem há pouco tempo, quando o mundo enfrentou a pandemia da gripe H1N1. Em todo o mundo, milhões de pessoas estão em suas casas, com a interrupção da rotina de trabalho, resultando em tédio. O tédio tem sido associado a uma maior ingestão de alimentos (1). Além disso, durante a quarentena, ouvir ou ler continuamente sobre a pandemia sem interrupção pode ser estressante. Consequentemente, o estresse leva as pessoas a comerem demais, principalmente à procura de “alimentos reconfortantes” (ultra palatáveis) (2). Este desejo de consumir um tipo específico de alimento é definido como "desejo por comida", que é um conceito multidimensional que inclui processos emocionais (desejo intenso de comer), comportamentais (buscar comida), cognitivos (pensamentos sobre comida) e fisiológicos (salivação) (3). 

Este hábito nutricional pouco saudável pode aumentar o risco de um estado crônico de inflamação, fatores de risco para doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares que comprovadamente aumentam o risco de complicações mais sérias da Covid-19 (4). O estresse relacionado à quarentena também resulta em distúrbios do sono que, por sua vez, pioram ainda mais o estresse e aumentam a ingestão de alimentos, dando origem a um perigoso ciclo vicioso. 

A nutrição é parte integrante dos cuidados com a vida de cada pessoa e também deve ser obrigatoriamente integrada ao atendimento ao paciente durante a pandemia da Covid-19.

Para o estresse, é importante consumir alimentos que contenham ou promovam a síntese de serotonina (neurotransmissor relacionado ao bem estar). Uma variedade considerável de plantas, incluindo raízes, folhas, frutas e sementes pode contribuir na redução dos níveis de estresse.

As fibras da dieta podem auxiliar nas proliferações de bactérias benéficas no intestino (probióticos) e sabe-se que a saúde do intestino reflete positivamente no sistema imune e no quadro de doenças, além de proporcionar uma maior saciedade com baixas calorias. Então sempre recomendamos uma adequada ingestão de fibras como frutas, legumes e verduras.

Alimentos fontes de proteína de alto valor biológico, como leite e produtos lácteos, são as principais fontes do aminoácido indutor do sono, o triptofano. Além disso, o triptofano está envolvido na regulação da saciedade e da produção de serotonina (5). As propriedades indutoras do sono, produtos lácteos como o iogurte também podem aumentar a atividade das células e reduzir o risco de infecções respiratórias (6). 

Durante a quarentena, o aumento da ingestão de alimentos ultra palatáveis (gorduras saturadas, açúcares e sal) pode ser acompanhado por deficiência de micronutrientes (vitaminas e minerais) (7), que é comumente associada a respostas imunes prejudicadas. Assim, nesse período é importante cuidar dos hábitos nutricionais, seguindo um padrão nutricional saudável e balanceado, contendo grande quantidade de minerais, antioxidantes e vitaminas. Vários estudos relataram que frutas e vegetais que fornecem micronutrientes podem aumentar a função imunológica. Isso acontece porque alguns desses micronutrientes, como vitamina E, vitamina C e beta-caroteno, tem ações antioxidantes.

O beta-caroteno é mais abundante na batata doce, cenoura e vegetais de folhas verdes, enquanto as fontes de vitamina C incluem pimentão vermelho, laranja, morango, brócolis, manga, limão e outras frutas e vegetais. As principais fontes dietéticas de vitamina E são óleos vegetais (soja, girassol, milho, gérmen de trigo e noz), nozes, sementes, espinafre e brócolis. Além disso, a quarentena pode estar associada a menos tempo ao ar livre, menos exposição ao sol e redução da produção de vitamina D. Foi relatado que a deficiência de vitamina D no inverno está associada a epidemias virais. Na verdade, o status adequado de vitamina D reduz o risco de desenvolver várias doenças crônicas, como câncer, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus e hipertensão, que apresentam risco significativamente maior de morte por infecções do trato respiratório do que indivíduos saudáveis (​8). Além disso, a vitamina D protege o trato respiratório e diminui a produção de citocinas pró-inflamatórias pelo sistema imunológico inato. Uma vez que o tempo passado ao ar livre e, consequentemente, a exposição ao sol são limitados, é recomendável obter mais vitamina D da dieta. Alimentos contendo vitamina D incluem peixe, fígado, gema de ovo e alimentos (por exemplo, leite, iogurte) com adição de vitamina D. 

Outro elemento essencial que é crucial para a manutenção da função imunológica é o zinco. Foi relatado que o zinco inibiu a ligação e o alongamento do molde da síndrome respiratória aguda grave (SARS) do coronavírus (9). Embora ostras contenham mais zinco por porção, os alimentos mais comuns para obter zinco são representados por aves, carne vermelha, nozes, sementes de abóbora, sementes de gergelim, feijão e lentilhas. 

Em conclusão, devido ao estresse atual relacionado à quarentena, a nutrição se torna uma prioridade neste momento. Muitas pessoas provavelmente têm muito do que podem precisar em casa e, portanto, não há razão para se apressar em comprar mantimentos criando reuniões em massa que poderiam contribuir para a disseminação do coronavírus porque durante a quarentena, as lojas de alimentos permanecem abertas o tempo todo. Manter alimentos que são boas fontes de nutrientes de suporte imunológico, planejar horários para comer, refeições, porções e ter um horário limite para comer, mas principalmente tendo em mente atitudes positivas, pode ser útil para combater os efeitos negativos da quarentena para a saúde.

REFERÊNCIAS

  1. Moynihan AB, van Tilburg WA, Igou ER, Wisman A, Donnelly AE, Mulcaire JB. Eaten up by boredom: consuming food to escape awareness of the bored self. Front Psychol. 2015;6:369.
  2. Yılmaz C, Gökmen V. Neuroactive compounds in foods: occurrence, mechanism and potential health effects. Food Res Int. 2020;128:108744.
  3. Rodríguez-Martín BC, Meule A. Food craving: new contributions on its assessment, moderators, and consequences. Front Psychol. 2015;6:21.
  4. Wu C, Chen X, Cai Y, Xia J, Zhou X, Xu S, et al. Risk factors associated with acute respiratory distress syndrome and death in patients with coronavirus disease 2019 pneumonia in Wuhan, China. JAMA Intern Med. 2020. 
  5. Peuhkuri K, Sihvola N, Korpela R. Diet promotes sleep duration and quality. Nutr Res. 2012;32:309–19.
  6. Makino S, Ikegami S, Kume A, Horiuchi H, Sasaki H, Orii N. Reducing the risk of infection in the elderly by dietary intake of yoghurt fermented with Lactobacillus delbrueckii ssp. bulgaricus OLL1073R-1. Br J Nutr. 2010;104:998–1006. 
  7. García OP, Long KZ, Rosado JL. Impact of micronutrient deficiencies on obesity. Nutr Rev. 2009;67:559–72.
  8. Muscogiuri G, Altieri B, Annweiler C, Balercia G, Pal HB, Boucher BJ, et al. Vitamin D and chronic diseases: the current state of the art. Arch Toxicol. 2017;91:97–107.
  9. te Velthuis AJ, van den Worm SH, Sims AC, Baric RS, Snijder EJ, van Hemert MJ. Zn(2+) inhibits coronavirus and arterivirus RNA polymerase activity in vitro and zinc ionophores block the replication of these viruses in cell culture. PLoS Pathog. 2010;6:e1001176.

Para conhecer mais sobre o trabalho do nutricionista, é só acessar o Instagram, o Facebook, ou ligar para (43) 99974-1237.

Foto de capa: @nutricionistagilbertomano

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