Você entende os rótulos das coisas que compra no  mercado? Confesso que sempre fui preocupada com isso, mas seguia basicamente dois critérios: atenção a ordem dos ingredientes (eles são organizados da maior para a menor quantidade); e atenção a nomes estranhos – se houver muito nome que você não reconhece, é grande a chance de o produto levar muitos aditivos, que não possuem o papel de nutrir (como estabilizantes, espessantes, corantes, conservantes e aromatizantes).

Aqui na coluna, já falei sobre como usar a internet de uma forma menos tóxica e está aí algo muito bom que alguns aplicativos podem fazer: facilitar a nossa vida. Quando uma amiga me apresentou o Desrotulando, eu achei genial. O aplicativo é um scanner de rótulos que ajuda cada pessoa a fazer escolhas mais saudáveis e a descobrir quais são os melhores produtos entre tantas opções. Como? Informando! Além disso, o aplicativo é independente, ou seja, não está vinculado a nenhuma marca, garantindo a imparcialidade na avaliação de cada rótulo.

Na segunda quinzena de setembro, o Ministério da Agricultura, conduzido por Tereza Cristina, argumentou a favor de uma revisão do Guia Alimentar para a População Brasileira, considerado um dos melhores do mundo. Segundo informações d’O Globo, o Ministério se opõe principalmente às informações que relacionam alimentos ultraprocessados a uma nutrição desbalanceada.

De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, o problema não é o processamento em si, mas a adição de ingredientes que podem causar problemas de saúde, como reforça a nutricionista Renata Bressan em conteúdo publicado no site da Abeso (Associação Brasileira para Estudos da Obesidade e da Síndrome Metabólica): “Alimentos ultraprocessados são produzidos com a adição de muitos ingredientes como sal, açúcar, óleos, gorduras, proteínas de soja, do leite, extratos de carne, além de substâncias sintetizadas em laboratório a partir de alimentos e de outras fontes orgânicas como petróleo e carvão. Assim, tais alimentos têm prazo de validade maior, alteração de cor, sabor, aroma e textura. São exemplos de ultraprocessados: biscoitos recheados, salgadinhos ‘de pacote’, refrigerantes e macarrão ‘instantâneo’. [...] Por serem nutricionalmente desbalanceados, a recomendação é evitá-los.”

Nesses tempos, em que fatos são constantemente relativizados e a corrente do WhatsApp parece valer mais do que a fala de especialistas e informações fruto de muita pesquisa, é urgente que nós tomemos consciência das  nossas escolhas, começando por como nos informamos e, já que o assunto é esse, com o que nos alimentamos.

O Desrotulando avalia os produtos com notas de 0 a 100 e explica didaticamente o que é bom, o que não é e o porquê. Além de poder escanear rapidamente, com a câmera do celular, você também pode procurar o produto pelo nome. As surpresas não são poucas, já adianto! Tem muito pão integral que parece ótimo, mas tem nota baixíssima por levar muitos aditivos. E sabe a granola que você come jurando que está sendo muito saudável? A maioria é mal avaliada, pelo açúcar em excesso.

Com aplicativo ou sem, na dúvida, “comida é aquilo que a sua avó chamaria de comida”, como bem disse o jornalista Michael Pollan, especializado em alimentação. Tome para si essa responsabilidade e olhe para o que você come com carinho. Não é só sobre comer. É também sobre alimentar-se e nutrir-se.

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