Bem-estar

Londrina de bike: a história de duas londrinenses que trocaram o carro pela bicicleta

por Mariana Paschoal 21.02.19

Não deve ser difícil encontrar alguém que já tenha parado no trânsito de Londrina às 18h e pensado “seria tão mais fácil se eu estivesse de bicicleta…”. Pois é! Trocar o carro pela bike não traz apenas economia de tempo, mas também de dinheiro, além de melhorar a mobilidade urbana, a qualidade do ar e a saúde de quem pedala.

Uma pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) em São Paulo no ano passado comprova essas afirmações: o estudo "Impacto Social do Uso da Bicicleta em São Paulo" aponta que os paulistanos podem economizar até R$ 451 por mês se trocarem os automóveis pelas bicicletas. Os motoristas também economizariam nove minutos diários para chegar em casa se pedalassem ao invés de pisar no acelerador.

Mas a conclusão mais significante da pesquisa foi em relação aos impactos sociais da troca. O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, poderia economizar R$ 34 milhões em internações por doenças cardiovasculares e diabetes e as emissões de dióxido de carbono cairiam 18%!

Se você ainda não se convenceu dos benefícios, temos duas londrinenses que podem te ajudar:

“Peguei ranço de carro”

 
Julianna Maia e sua bicicleta

A médica veterinária Julianna Maia usou o carro como principal meio de transporte durante toda a graduação. Ela percebeu que precisava mudar essa realidade durante uma viagem à Europa: “lá eu notei que o uso do carro é muito ultrapassado e nada ecológico. Esse negócio de carro como sinônimo de independência é a maior balela”, diz.

A transição do carro para a magrela começou aos poucos. Julianna deixou de sair de carro à noite e passou a optar pelos aplicativos de carona, até que ela se mudou para o centro de Londrina no ano passado, em um apartamento sem garagem e “perto de tudo”, que a motivou a encostar o carro e transformar uma atividade física em meio de locomoção. “Foi a melhor escolha que fiz e hoje tenho até ranço de pegar o carro para me locomover dentro da cidade”, brinca.

A violência de andar de carro

Karina Florentino, outra londrinense que trocou o carro pela bicicleta, também tomou a decisão em uma viagem, mais especificamente no festival Psicodália. “Participei de uma oficina sobre desobediência civil e perguntaram se a gente considerava ‘andar de carro’ violento. Minha resposta automática foi ‘não’, porém comecei a refletir que além de poluir o meio ambiente, mesmo dirigindo de uma maneira consciente, eu poderia me envolver em algum acidente”, relembra.

Na viagem de volta para Londrina, Karina pensou em tudo o que tinha vivenciado e começou a fazer algumas contas. “Na minha cabeça, eu acreditava que meus gastos com o carro eram o que eu usava de combustível. Coloquei no papel combustível, IPVA e seguro, sem contar as trocas de óleo, rodas e toda a manutenção. O valor dobrou!”, recapitula. Segundo ela, foi nesse momento que percebeu como o carro era dispensável. Além disso, o fato de ter amigos que já fizeram viagens longas de bicicleta a ajudaram a tomar a decisão de fazer a troca.

A transição de Karina foi mais abrupta que a de Julianna: em um mês, ela já tinha vendido o carro e comprado a bicicleta. “Depois que perdi o medo de encarar as ruas e respeitando meu tempo (indo muitas vezes pela calçada, empurrando a bicicleta em outros trechos) a adaptação foi muito rápida”, conta.

Para quem está pensando em trocar o carro pela bike, mas ainda tem medo, Karina dá o recado: “enfrente seus medos! Ande! O medo é o pior sentimento do mundo, porque ele gera todos os outros: a raiva, o ciúme, a inveja e é ele que nos impede de vivenciar experiências incríveis, como viver a cidade de bicicleta!”

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