Cultura

Dia Mundial do Rock: 4 bandas londrinenses para ouvir e comemorar o gênero musical

por Mariana Paschoal 12.07.19

Apesar do nome, o Dia Mundial do Rock é comemorado no dia 13 de julho só no Brasil e desde 1985, quando aconteceu o festival Live Aid simultaneamente em Londres (Inglaterra) e na Filadélfia (Estados Unidos). Durante o evento, o músico Phil Collins, da banda Genesis, declarou o dia como "Dia do Rock". As rádios brasileiras levaram à sério o pronunciamento e a data é lembrada até hoje.

Quanto ao nascimento do rock ‘n’ roll, é difícil especificar exatamente qual foi o estopim, mas o estilo foi popularizado no início da década de 1950 no Estados Unidos através da mistura entre country, blues, R&B e gospel e contaminou o mundo inteiro para nunca mais ser erradicado.

Em Londrina, o rock tem muitos admiradores e muitos artistas de qualidade. Falamos com quatro bandas autorais e atuais da cidade que você precisa ouvir e conhecer melhor:

Aminoácido

 
 
 
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A Aminoácido nasceu aqui em Londrina em 2016 e atualmente conta com seis integrantes: Douglas Labigalini, bateria; Cristiano Ramos, guitarra e vocal; Lugue Rodrigues, baixo; Thiago, guitarrista; Fabio Santos, saxofone; e João Bolognini, percussão.

Douglas e Thiago já tinham uma banda juntos, a Red Mess, e conheceram os outros integrantes por causa dela. Os meninos frequentavam os mesmos locais e, vira e mexe, se reuniam para fazer sessions jams no antigo Oficina Bar. Um ensaio despretensioso foi agendado em um estúdio e foi lá que surgiu a ideia de um projeto juntos, “inicialmente sem tanta seriedade (somos sérios hoje em dia? Duvido muito)”, relembra Douglas. A brincadeira foi ficando séria e a banda lançou um álbum em 2017 chamado Meticuloso.

Frank Zappa, Michael Jackson, James Brown e Earth Wind & Fire são algumas das principais influências dos seis músicos, mas a lista não para por aí. O Douglas ainda destacou “mais 15 mil bandas de funk dessa época, além de Bonde do Tigrão, Snoop Dogg, Kendrick Lamar e Anitta”.

“O nosso propósito como músicos sempre foi estimular nossa criatividade de alguma forma. Antes mesmo de nos conhecermos, cada um tinha seu projeto autoral. Quando penso sobre uma banda, pelo menos da minha parte, sempre imagino aquilo com alguma parte de mim. Fazemos música”, explica o baterista sobre ser uma banda autoral. Para ele, é muito prazeroso ouvir seu produto final e saber que aquilo, de alguma forma, é um pedaço de você.

Na opinião de Douglas, o rock em Londrina floresce cada vez mais. “De uns cinco anos para cá, muitas bandas surgiram e, com elas, um público fiel e que se interessa pelas bandas também surge”, comemora. O músic é otimista quanto a isso: “esse papo de ‘precisamos ter mais bares que aceitam bandas autorais é ultrapassado. Temos uma cena em construção e temos possibilidade. Quem quer, faz”, diz. A dica que o baterista dá para quem quer ter uma banda e fazer a própria música é “faça, divulgue e corra atrás. A cena musical de Londrina é uma das mais ricas do Paraná”.

Luvbites

"Brazilian Power psychedelic POP boogie Band". É assim, internacionalmente, que a londrinense Luvbites se apresenta. “A banda surgiu da ideia de criar algo novo, gravar músicas que ainda não existam no mundo, aprender com a tradição e buscar em grandes nomes do passado e da atualidade a inspiração para que, com a diversidade de cada integrante, possamos criar algo que as pessoas possam utilizar para também se inspirarem”, explica Iggy Diniz, guitarrista da banda.

Iggy sempre teve o desejo de ter uma banda com vocal feminino. “Cresci ouvindo The Supremes, The Shangri-las, Joan Jett, The Runaways, Patti Smith, Blondie, Carpenters, Fleetwood Mac…” Até que em 2016 ele conheceu a Júlia, atual vocalista da banda, e tudo começou a rolar.

A primeira apresentação dos dois foi no New York Lounge e a partir daí eles foram estreitando laços musicais e de amizade. “Até que eu formalizei a ideia e conceito do projeto da Luvbites, tracei uns objetivos e perguntei se a Júlia estava afim. Ela aceitou na hora e nos juntamos com o Dedé no baixo, o Wiu na guitarra e, posteriormente, com a Letícia na bateria”.

O primeiro disco da banda foi gravado em Londrina, masterizado nos Estados Unidos e lançado em janeiro deste ano. O álbum também ganhou lançamento de luxo em vinil pelo selo Fatiado Discos, de São Paulo.

“Nós nos inspiramos em muitas coisas diferentes individualmente, porém enquanto conjunto, cada época ficamos imersos em algo novo e novas referências. Teve a época dos filmes da Nouvelle Vague, do arco íris, das cores primárias, teve os anos 60, teve David Bowie e agora estamos numa fase disco, boogie, soul”, conta Iggy. A banda também tem influência de linguagem da moda, da filosofia, das artes plásticas…

A sustentabilidade também está presente nas obras da banda. Um exemplo é a música Love Comes in Boats, que fala sobre novas maneiras de consumo e ideias. “Nosso LP, por exemplo, foi feito de maneira sustentável. Acredito que tenha sido a primeira vez que um LP tenha sido feito com essas características. E isso veio de uma conversa entre Júlia e eu para pensarmos em como diminuir o impacto ambiental gerado por um vinil”, esclarece.

 
 
 
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Para Iggy, o cenário das artes em Londrina para produção de arte é favorável e o rock está incluído nisso. “A cidade tem muita gente criativa, os estúdios não são caros e a cidade é fácil de se viver. Essas são situações favoráveis ao artista que nunca tem grana e por isso precisa se virar como pode para viver e produzir arte”, afirma.

Além disso, o que move a banda, segundo Iggy, é o amor e a paixão pela criação artística, pela música e a persistência. “Aprender a cair, levantar, chacoalhar a poeira e seguir com a nossa arte é essencial. Sem esperar muito. É um processo que leva a vida toda, mas uma ajuda sempre é bem-vinda”, conclui o guitarrista.

Red Mess

Se lembram do Thiago e do Douglas lá da Aminoácido? Pois eles também fazem parte de outra banda londrinense: a Red Mess. Os dois se conhecem desde os seis anos de idade e compartilham o mesmo amor pela música. “Morávamos no mesmo prédio. O tempo passou, nos separamos, perdemos contato e cada um em sua respectiva casa começou a aprender um instrumento. O Thiago tendo aulas guitarra, eu, bateria. Já éramos fissurados em música desde pequenos, do Guitar Hero a sair correndo pela casa ouvindo Guns 'n’ Roses”, relembra Douglas.

Depois de um tempo, os dois se encontraram e resolveram montar uma banda com mais dois amigos: Gabriel Godoy e Dan Ferreira. Em um dia aleatório, eles conheceram o baixista Klepa em um ensaio da banda dele. “Me interessei pelo talento dele e entrei em contato. Fizemos um ensaio e ele entrou de de primeira pra banda. Desde 2014 realizando peripécias com a gente”, conta.

 
 
 
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Como inspiração para o som da Red Mess estão bandas como Sleep, Graveyard, Red Fang, Muñoz e Pride & Glory. Todas as músicas da banda londrinense são autorais “Na maioria das vezes, o Klepa ou o Thiago chegam com ‘riffs’ e letras previamente prontas para desenvolvermos em conjunto no ensaio”, esclarece Douglas.

Vulgar Gods

 
 
 
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A Vulgar Gods existe desde 2012, quando o Gui (guitarra e vocal), o Gab (bateria) e o Bird (guitarra) se juntaram para fazer um som, que antes era cover, mas no desenrolar dos ensaios, partiram para o autoral. Com as próprias músicas, eles lançaram o álbum Queen of Sound. “Eu adoro as dez músicas do álbum. Entrei na banda em 2016, junto com a baixista Mariana e já éramos fãs”, conta a vocalista Suy Correia.

“Desde então estamos tocando em vários lugares, compondo juntos. Lançamos uma música nova chamada Crocodiles, que foi gravada ao vivo em parceria com o estúdio Toque Grave e com vídeo e edição do Fernando Cacciolari”, frisa a cantora:

Para este ano, os integrantes esperam o momento certo para lançar novas músicas e a Suy não vê a hora. Vale lembrar que, atualmente, todas as músicas são autorais. “Desenvolvemos uma pegada muito única na hora de compor e tentamos sempre deixar o mais natural possível, pois já passamos longas horas em estúdio e o processo criativo não flui pra gente dessa maneira, tem que ser um lance despretensioso mesmo. Tem funcionado muito bem assim, sem pressão”, fala Suy à respeito do processo criativo da banda. Nirvana, Red Hot Chilli Pepper, Queens of the Stone Age e Distillers são alguns sons que os integrantes da Vulgar Gods escutam e que os inspiram de certa forma. “É uma mistura doida”, brinca a vocalista.

Suy conta que admira muito Londrina, principalmente pelo fato de termos muitos artistas bons e bandas autorais de qualidade, dentro e fora do rock. “O que desanima a galera do autoral é a falta de espaços apoiadores. Temos alguns locais, mas perto da quantidade de material rico que aqui se encontra, são poucas as oportunidades de mostrar o potencial que Londrina tem na música”. Fica o recado da vocal: “viva as riquezas musicais londrinenses. Apoie sua gang autoral local”.

E nesse sentido, que tal aproveitar a data comemorativa para conhecer melhor e apreciar as bandas aqui da cidade? Tem muita coisa legal rolando por aqui!

 

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