Cultura

O que a universidade tem de bom: pesquisa da UEL cria membrana que recupera pele, osso e cartilagem

por Mariana Paschoal 16.10.19

Uma membrana capaz de ajudar na formação de pele, osso e cartilagem. Esse é o resultado de um projeto de pesquisa do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia, do Centro de Ciências Exatas (CCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A membrana é composta por nanopartícula bacteriana ou celulose (vegetal).

A iniciativa é liderada pelo professor Cesar Augusto Tischer. Ele explica que, a partir do plástico biodegradável, é possível criar uma estrutura para suporte que proporciona o crescimento de células. Por exemplo, em uma impressora 3D, imprime-se uma estrutura em formato de orelha, aplica-se a membrana que serve como promotora para a proliferação das células.

"Esse material tem alta biocompatibilidade para a proliferação celular, responsável pela formação de tecidos", diz. Para chegar a essa conclusão, a equipe realizou vários testes nos laboratórios do CCE. O professor destaca o estágio atual da pesquisa. "Sabemos produzir o material estruturante (orelha, por exemplo), sabemos incorporar o biopolímero (nanocelulose) e conhecemos a biocompatibilidade desses materiais e sua capacidade de formação de novas células", descreve Tischer.

O projeto de pesquisa tem a participação de professores, alunos de iniciação científica e programas de mestrado e doutorado. O processo de testes em animais, atualmente, é feito com células de rato. Para que seja feito em humanos, muitas etapas precisam ser vencidas. O projeto de pesquisa termina em 2021 e as perspectivas são boas. "Queremos ter esses protótipos testados quanto ao crescimento de células de mamíferos, demonstrando a viabilidade da ideia", comenta o professor.

Segundo Tischer, os protótipos para desenvolvimento de células de pele, osso e cartilagem são um estágio anterior ao desenvolvimento de outros tecidos mais complexos. Ele acredita que o desenvolvimento de órgãos vitais, como fígado, pâncreas e coração, deve ocorrer em um período de 10 a 20 anos. "Essa é uma tendência internacional", afirma o professor.

Por isso, pare ele, esse é um momento de a universidade se abrir. "Temos muito a oferecer com esses estudos. A gente usa a biocompatibilidade para chegar a muitos produtos". O professor se refere, por exemplo, aos artigos cosméticos. Ele informa que há empresas interessadas na nanocelulose bacteriana para usá-la na produção de cremes hidratante e antienvelhecimento.

Com informações de Agência UEL

 

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