Professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina alcançam mais um marco na ciência: eles desenvolveram um bioinseticida para controle do mosquito Aedes aegypti em duas formulações: comprimido e pó. O produto é resultado da pesquisa "Inovação em produtos de controle e repelência do vetor e no monitoramento de arbovírus", realizada no Centro de Ciências Biológicas (CCB) da instituição. O Aedes aegypti transmite o vírus da dengue e o Zica vírus, agente que causa a chikungunya. "Pretendemos fazer o registro [na Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para que seja colocado à disposição da população a baixo custo", diz o coordenador local do projeto, professor João Antonio Cyrino Zequi. Vale lembrar que, além do mosquito da dengue, o produto elimina também o pernilongo comum sem afetar a fauna associada ao local em que é aplicado.

O bioinseticida pesquisado na UEL é produzido de forma artesanal e quase todas as fases são desenvolvidas dentro da universidade. As etapas são o isolamento da bactéria Bacillus thuringiensisisraelensis, o processo de fermentação, o crescimento da bactéria, a liofilização (desidratação) que consiste em transformar o líquido em pó. Depois disso, o material é enviado para Curitiba e transformado em comprimido. Isso é feito pelo professor Francisco de Assis Marques, da Universidade Federal do Paraná.

O projeto tem abrangência estadual e na UEL conta com a colaboração dos professores Gislayne Trindade Vilas Bôas e Laurival Antonio Vilas Bôas, ambos do Departamento de Biologia Geral. Os professores lembram que o trabalho de monitoramento e controle do mosquito da dengue começou com o pioneirismo dos professores José Lopes e Olívia Nagy Arantes, hoje aposentados. "É importante dizer que essas ações têm 30 anos e começaram com eles", afirma João Zequi.

João Antonio Cyrino Zequi, Gislayne Trindade Vilas Bôas e Laurival Antonio Vilas Bôas - a produção do bioinseticida da UEL atende a prefeituras e empresas que mantêm contratos de prestação de serviços com a UEL 

Como o bioinsenticida pode ser usado?

Conforme João Zequi, o bioinseticida pode ser usado em reservatórios de água com difícil acesso, que impede a eliminação de larvas do mosquito Aedes. "Pode ser usado mesmo que seja em caixa d'água para consumo humano. O bioinseticida usa materiais inertes a partir de produtos naturais, conforme recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde)", destaca;

O produto, segundo o professor, age por até oito semanas, e elimina as larvas do mosquito. "É um produto biológico, seletivo, porque mata somente a larva do Aedes e não afeta a fauna associada" (peixes e outros insetos, como libélulas, por exemplo). Além do mosquito da dengue, o bioinseticida elimina o culex (pernilongo comum). O trabalho agora ´r para que o produto seja usado também no combate do borrachudo. Esses testes estão sob a responsabilidade do professor Luis Alves, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, em Cascavel.

A produção artesanal do bioinseticida da UEL atende a prefeituras e empresas que mantêm com a UEL contratos de prestação de serviços. Entre as prefeituras atendidas estão as dos municípios paulistas de Adamantina, Tupã e Ourinhos. O produto desenvolvido na UEL é usado em lagoas de tratamento de efluentes. "O preconizado é que o controle e um bom monitoramento sejam feitos a cada três meses onde a larva se reproduz, porque aponta para a infestação do mosquito", diz o professor.

Fotos e informações de Agência UEL

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