Cultura

O que a universidade tem de bom: projeto da UEL desenvolve técnica rápida que identifica fraude em carnes

por Mariana Paschoal 06.12.19

Em menos de um minuto de análise é possível identificar alterações em carnes processadas, como a linguiça frescal suína. É o que já apontam os resultados do projeto de pesquisa "Identificação e caracterização de fraudes em produtos cárneos", coordenado pelo professor Rafael Humberto de Carvalho, do Departamento de Zootecnia, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). A pesquisa, iniciada após a deflagração da Operação Carne Fraca, em 2017, propõe a fiscalização dos alimentos produzidos com carne, visando alimento mais seguro para a população.

O projeto analisou 135 amostras de linguiça frescal, adulteradas propositalmente com carne de cabeça suína, em variadas quantidades. Segundo o professor, eles desenvolveram uma curva padrão deste produto não adulterado, a partir de análise com uso do infravermelho-próximo (NIRS). Foi identificado que as amostras com curvas diferentes da considerada modelo, estavam realmente adulteradas, o que mostra a eficiência do estudo. 

Fraude

A preocupação do professor é a consequência desses produtos fraudados para a saúde humana. Ele explica que a linguiça com excesso de carne de cabeça suína, por exemplo, tem mais gordura, o que gera mais oxidação no produto e, consequente, no corpo humano, produzindo mais radicais livres, que são prejudiciais à saúde. O que isso pode causar? Doenças irreversíveis, como Parkinson e Alzheimer. "Estamos investindo recursos e tecnologia para buscar alimento mais seguro para a população. Com a fraude, a pessoa paga por uma coisa e leva outra para casa. O que queremos é fornecer ferramentas para melhorar essa alimentação", afirma o Carvalho.

Aparelho portátil também é usado nas análises (Divulgação)

O objetivo da pesquisa para os próximos meses é concluir a análise de mais dois produtos cárneos: salsicha de frango e hambúrguer. No primeiro, será analisado o excesso de carne mecanicamente separada (CMS), que pode chegar até 40% nas regras atuais, e, no segundo, excesso de toucinho, sendo que o limite máximo permitido de gordura é de 23%. As carnes são fornecidas por granjas e frigoríficos parceiros da região, mas as diferentes análises dependem do desenvolvimento de algoritmos e programação, feitos com base em mais áreas do conhecimento.

Com informações e fotos de Agência UEL

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