Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato

Esse é um dos trechos do samba-enredo que fez com que a Estação Primeira de Mangueira fosse a campeã do Carnaval 2019 do Rio de Janeiro. A composição mostra bem o tom da escola de samba que, na verdade, é muito mais do que isso. A Mangueira tem uma trajetória como escola cultural que leva, através de seus sambas, muita reflexão política, histórica e retratos do povo e das cidades brasileiras por um ponto de vista dos carnavalescos. E toda essa carga crítica, histórica e cultural está prestes a desembarcar em Londrina, afinal, a bateria da Mangueira é a atração da primeira edição do Samba da Madrugada do ano, que acontece na próxima sexta-feira (21), no Iate Clube de Londrina. 

 
 
 
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Não é à toa que essa característica de conscientização e lutas sociais é tão presente na escola de samba. A história da Mangueira começou na década de 20, no morro de mesmo nome, no centro do Rio de Janeiro. "Nos carnavais, como não podiam participar dos elegantes desfiles dos brancos, tinham seus blocos para se divertirem", explica o site oficial da escola de samba. As tradições e crenças dos ancestrais eram muito presentes nessa comunidade, que abrasileirou os batuques e cantos com influências africanas, indígenas e afro-brasileiras.

Foi 31 anos depois desse início que Homero José dos Santos, o mestre Tinguinha, criou a Ala da Bateria da Mangueira. O pioneirismo da escola de samba carioca era claro: essa foi a primeira ala de bateria da história do carnaval carioca. E como a própria Mangueira declara no site oficial, "a bateria é o coração da escola e todo menino da Mangueira sonha em um dia pisar forte na avenida ao som firme de sua marcação". 

 
 
 
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Conversamos com Aridio Cavalcante de Oliveira, ritmista na Mangueira desde 1991, sobre a apresentação que a bateria prepara para o carnaval de Londrina. “Muito samba e alegria. Também vamos levar para a cidade sambas antológicos, que marcaram os desfiles da Mangueira e das escolas co-irmãs”, conta. Ele, que também foi diretor de eventos e coordenador administrativo da bateria, e vice-presidente de patrimônio da Escola, ainda adiantou que algumas surpresas estarão presentes no show e que nós, foliões, só vamos saber na hora.

O que vocês acham que é?

De qualquer maneira, “o que a bateria da Mangueira espera para esse carnaval é que nós, brasileiros, que já passamos por muitas lutas, adversidades e turbulências durante o ano todo, possamos curtir esses dias de folia como nunca, respeitando o próximo, independente de sexo, posição social, ou qualquer outra coisa”, espera Oliveira, que termina a conversa torcendo para que todos juntos consigamos transformar Londrina em um pedacinho do Morro da Mangueira.

E o menino da Mangueira
Foi correndo organizar
Uma linda bateria
Carnaval já vem chegando
E tem gente batucando
São meninos da Mangueira

 
 
 
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Vai lá:
Samba da Madrugada com Estação Primeira de Mangueira
Onde: Iate Clube de Londrina (Av. Higienópolis, 2135)
Quando: 21 de fevereiro, das 20h às 5h
Ingressos: clique aqui
Evento no Facebook 

Foto de capa: Allan Dufes

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