Bem-estar

Precisamos falar sobre saúde mental: CVV oferece apoio emocional voluntário e gratuito

por Mariana Paschoal 08.09.20

O Centro de Valorização da Vida (CVV) exerceu um papel importante na criação da campanha Setembro Amarelo em 2014, ao lado da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). A campanha, em vigência este mês, tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio. E em relação à prevenção ao suicídio, o CVV cumpre uma função essencial: ouvir o outro.

 
 
 
 
 
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O CVV oferece apoio emocional de maneira voluntária e gratuita a todas as pessoas que querem e precisam conversar. Sob total sigilo, pelo número 188, o atendimento é feito 24 horas por 28 voluntários na cidade de Londrina. Em todo o Brasil, existem 124 postos do CVV que atendem a população de todo o território nacional. No município, a linha existe há 40 anos.

Quem nos apresentou esses dados foi o voluntário e porta-voz do CVV Londrina, Aparecido Beltrame. Beltrame atende as ligações do Centro há seis anos. “Nós atendemos, em média, 15 ligações por plantão de quatro horas, mas o número oscila, pois não temos um tempo determinado para disponibilizar a cada pessoa que liga. O tempo da ligação vai se acordo com a necessidade de cada um”, explica o voluntário, deixando claro que quem recorrer ao CVV pode ficar muito à vontade para passar o tempo que quiser na linha. 

 
 
 
 
 
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Apesar de conhecido pelo trabalho na prevenção do suicídio, Beltrame esclarece que o CVV não apenas acolhe pessoas que pensam em se autodestruir. “Recebemos ligações de pessoas que se sentem sozinhas, que querem desabafar sobre algo específico, que estão vivendo momentos de extrema pressão… Os mais variados sentimentos são acolhidos pelos voluntários”, conta.

Os voluntários, por sua vez, não têm nenhuma noção sobre as pessoas que ligam e não esperam nada em troca. “Só percebemos o que elas estão passando durante a ligação e, mesmo assim, não há necessidade de se identificar, ou pedir permissão para conversar”, afirma o voluntário, que garante que todos os assuntos são bem-vindos e acolhidos de forma empática por todos os funcionários.

Segundo Beltrame, o voluntário não faz pergunta, não direciona, não aconselha. “Ele simplesmente trabalha com as palavras da pessoa que liga. Nós não temos que expor o que pensamos a respeito. Nós temos que permitir que ela fale, que ela coloque para fora os sentimentos e, assim ocorrendo, o voluntário com muita calma consegue devolver uma ajuda à pessoa”, elenca. Ao fazer isso, o voluntário mostra a quem ligou que “todas as respostas e a ajuda que ela precisa está dentro dela mesma”.

Como ser um voluntário

Pedir ajuda é importante. Ajudar também. Você pode ser essencial na vida das pessoas de diversas maneiras. Uma delas é como voluntário do CVV. A pessoa que quiser ser voluntária no posto de Londrina pode mandar um e-mail para o [email protected] dizendo que tem interesse. Durante a pandemia do coronavírus, a seleção acontece de forma online e as datas do processo serão informadas pelo e-mail.

De acordo com Beltrame, os candidatos precisam ter mais de 18 anos, se identificar com a causa e gostar de estudar. “Ouvir pessoas que querem tirar as próprias vidas requer equilíbrio emocional do voluntário. É um trabalho muito sério e envolve treinamentos”, expõe. Vale lembrar que os primeiros atendimentos dos voluntários são feitos acompanhados por voluntários mais experiências.

 “O trabalho do voluntário é edificante. Nos torna mais humano na percepção do problema e do momento que o outro está vivendo. Percebemos o quanto podemos ser úteis quando falamos com o outro”, finaliza Beltrame.

Falar salva vidas. Se você precisa conversar com alguém, se você não se sente bem, se você tem algum familiar com transtornos mentais (96,8% dos casos de suicídio tiveram relação com eles), utilize ferramentas como o CVV. É só discar 188.

Para mais informações, acesse https://www.cvv.org.br.

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