Londrina passou a contar, na sexta-feira (19) à tarde, com sua primeira Cabine Literária, voltada a promover a cultura e a literatura para a população, assim como resgatar os laços históricos entre o município e o Reino Unido. Instalada na cabine telefônica vermelha em estilo britânico que fica próxima à Concha Acústica, na Praça Primeiro de Maio (Centro Histórico), a iniciativa disponibiliza cerca de 130 livros em inglês, acomodados em prateleiras, que podem ser retirados por qualquer cidadão, para que sejam devolvidos após a leitura. Trata-se de um projeto inédito, que visa incentivar a leitura e também celebrar os 70 anos da Biblioteca Pública Municipal Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, que está em funcionamento desde 4 de setembro de 1951 e é considerada o primeiro centro cultural de Londrina.
Coordenada pela Secretaria Municipal de Governo (SMG), a ação é conduzida em parceria entre diversas organizações, incluindo a Sercomtel, que fez a cessão da cabine; a Cultura Inglesa Londrina, que doou as obras; e o cônsul honorário do Reino Unido no Paraná, Adam Patterson, que intermediou a doação. Além disso, ao lado da estrutura, a Secretaria Municipal do Ambiente (Sema) preparou um pequeno jardim, onde a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) instalou uma placa em homenagem aos 70 anos de reinado da rainha Elizabeth II. Em junho deste ano, a soberana completou 96 anos de idade e sete décadas no trono do Reino Unido, tornando-se assim a primeira monarca a alcançar tanto tempo como chefe de Estado naquele país. O jardim será mantido pela Concha – Associação dos Amigos e Moradores do Centro Histórico de Londrina.
A inauguração da Cabine Literária contou com uma programação cultural animada, incluindo uma apresentação de capoeira do grupo Senzala, que integra o projeto Ginga, e uma contação de histórias feita pela professora Renata Suzue para alunos da Escola Municipal Arthur Thomas. As atividades foram coordenadas pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC), que também participa da iniciativa através da Diretoria de Bibliotecas Públicas Municipais de Londrina, responsável por organizar os livros na cabine. Estiveram presentes o vice-prefeito de Londrina, João Mendonça; o secretário municipal de Cultura, Bernardo Pellegrini; e o cônsul honorário do Reino Unido no Paraná, Adam Patterson.
De acordo com o secretário municipal de Cultura, Bernardo Pellegrini, a intenção é que futuramente o projeto seja expandido para as demais cabines telefônicas remanescentes na cidade, sendo que 30 estruturas como essas existem em Londrina. “O aspecto mais marcante desse projeto é que pegamos um material que iria virar sucata e estamos reaproveitando da forma mais linda do mundo, que é levar cultura e conhecimento para as pessoas. É uma experiência que a gente está fazendo em um ponto histórico, que remete à presença inglesa em Londrina, pois o processo de ocupação e colonização de Londrina tem o DNA inglês”, frisou Pellegrini.
O gerente regional da Cultura Inglesa Londrina, Alan Thomas, explicou que a empresa fez a doação de 200 livros para a iniciativa, selecionando principalmente autores britânicos de gêneros populares como romance e espionagem. “Achamos a ideia genial, e é uma forma de incentivar a leitura em língua inglesa aqui. Atualmente, a cabine conta com cerca de 130 livros, sendo que há um estoque caso precise de reposição. Se precisar de mais, vamos continuar colaborando”, salientou.
A presidente da Concha – Associação dos Amigos e Moradores do Centro Histórico de Londrina, Iara Hernandez, afirmou que a entidade decidiu aderir ao projeto porque uma de suas vertentes de atuação é a cultura. “A cabine é um marco e um ícone, e as pessoas vêm aqui para tirar fotografias dela. Então, nós precisávamos preservar esse espaço, e procuramos fazê-lo da melhor forma possível, que é através da cultura. Vamos deixar os livros aí para as pessoas, para fomentar a disseminação da cultura para o povo londrinense”, pontuou.
Texto: Ana Paula Hedler e Ulisses Sawczuk
Foto de capa: Emerson Dias/NCom
