Há algum tempo, li numa matéria do jornal El País uma coisa que nunca esqueci: “Estar conectado o tempo todo será tão absurdo quanto fumar num avião”. A frase em questão é do ensaísta francês Bruno Patino, autor de A civilização do peixe vermelho, uma alusão à espécie que tem uma memória de apenas 8 segundos.

Algumas informações trazidas por Patino saltam aos olhos: estamos passando por uma avalanche de déficit de concentração; nossa capacidade de concentração tem se limitado a 9 segundos; muito disso tem a ver com a lógica da Internet: é link para todo lado, mais e mais informação, uma coisa leva a outra e, claro, querem nos vender coisas o tempo todo. Acabamos sugados por essas possibilidades infinitas e terminamos o dia (e até os fins de semana!) exaustos. E para que mesmo?

Tente lembrar das coisas realmente relevantes que você viu hoje ou ontem mexendo no celular. Agora vai lá nas configurações do seu celular e tenta achar o tempo que passou em cada aplicativo... E daí você vai dizer “mas tudo que a gente faz precisa servir para alguma coisa”? É claro que não! Mas sério mesmo que o nosso tempo livre está sendo minado dessa forma? Por que temos esse impulso de, na primeira oportunidade, pegar o smartphone nas mãos e deslizar telas e mais telas, sem muitas vezes nem prestar atenção no que estamos vendo? É simplesmente automático... surgiu um mini segundo e lá estamos nós, pescando o celular! Será que estamos sempre sem tempo ou só estamos gastando nosso tempo muito mal?

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Contente.vc (@contente.vc) em

A real é que estamos dependentes e viciados. Todos nós! Até nossas mães e pais, de uma outra geração, não tiram o bendito aparelhinho das mãos! Bruno Patino alerta para isso: muitos de nós já acham impossível ficar longe do celular por 24 horas. E eu penso: 24 horas? Muitos de nós já acham impossível assistir a um filme sem checar o celular várias vezes!

Qual a primeira coisa que você faz ao acordar? O que leva com você ao ir ao banheiro? Qual é o seu companheiro de café da manhã e de almoços solitários (ou até acompanhados)? Qual é a última coisa que você faz antes de dormir?

Esses dias, estava conversando com uma amiga por áudio e ouvi barulho de água... Brinquei: “levou o celular para o chuveiro?”. Eis que ela me responde: “sim, estou tomando banho!”. A tecnologia tem ocupado espaços que antes eram só nossos e invadido até os nossos momentos mais íntimos. E é claro que há todo o lado bom do acesso à informação e todas as facilidades que ter um universo nas mãos o tempo todo nos traz. Mas é preciso estar atento para não sermos engolidos por tudo isso.

Bruno Patino dá a letra: mais do que autodisciplina e autorregulação, é preciso criar momentos e lugares sem conexão virtual. E ele é otimista: acredita que daqui a alguns anos a forma como temos lidado com a tecnologia, fazendo do celular uma extensão de nós mesmos e cedendo às suas tentações até mesmo no cinema (sdds, pré-pandemia) ou durante as refeições, será tão absurda quanto fumar no avião (parece algo distante, mas só no começo dos anos 2000 que a maioria das companhias aéreas do mundo proibiram fumar no avião).

E sabe aquilo de lado bom? Tem muita gente que trabalha com internet e que tem construído dia a dia uma forma mais consciente de usá-la! A Contente.vc , por exemplo, é a primeira plataforma de conteúdo e mídia para uma vida digital mais consciente e propõe que a gente construa coletivamente a internet que a gente quer.  Acho que o caminho é entender que a gente também faz parte disso e que mudar a forma como nos relacionamos com essa quantidade absurda de conteúdo passa por repensar o que consumimos, como consumimos e qual o papel que a tecnologia tem ocupado na nossa vida. O que você escolhe acompanhar todos os dias? Será que realmente é necessário seguir todos os perfis no Instagram que você segue? Essa bolha no seu feed cabe naquilo que você busca atualmente? O que você ganha ao acompanhar pessoas e conteúdos que te deixam mal? De que palavras e coisas você tem se alimentado?

A Contente.vc é um dos perfis que tem me feito bem  e trazido aquele respiro que puxa a gente para a realidade e faz tirar a cara da tela e ir encarar o dia para além dos likes.  As idealizadoras da Contente, Luiza Voll e Dani Arrais, trazem muitas reflexões potentes que nos convocam a lidar melhor com todas essas questões e respeitar mais o nosso tempo, usando a internet de uma forma melhor. 

Vamos juntas construir a internet que a gente quer?

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Contente.vc (@contente.vc) em

Publicidade

Como anunciar?

Mostre sua marca ou seu negócio para Londrina e região! Saiba mais